segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

RESGATE CULTURAL

Publicamos aqui, um texto de autoria da escritora e poetisa Marineusa Santana, amante da cultura, que quando em vida escreveu sobre a Banda de Música as seguintes linhas.
             

A BANDA DE MÚSICA

Brejo Santo contava até 1917 apenas com a Banda Cabaçal de Felix da Goianinha. O brejo-santense Tiburtino Inácio da Silva Torres fundou neste ano  a Banda de Música tendo como primeiro  regente o maestro Neru, de Barbalha -CE. Suceram-lhe os maestros João Alberto, Francisco Pereira Lima (Baião), Olívio Lopes Angelim, João Cândido de Sousa,  José Gomes Cavalcante, Leonardo Macêdo e Agnete sucessivamente até os dias atuais.

Tão logo foi fundada foram sendo descobertos alguns jovens talentosos na  vila de Brejo dos santos.
Os músicos iniciaram tocando os dobrados da Banda do Corpo de Bombeiros e as melodias de Patape Silva, ouvidas no gramofone do Sr.Manuel Leite de Moura, único lojista que  possuía em Brejo dos Santos discos vindos da tradicional Casa Edson, do Rio de Janeiro.

Todos os instrumentos foram adquiridos com  recursos próprios do fundador, homem amante da cultura.
Entre os eventos mais  importantes que a Banda de Música participou cito a acolhida do saudoso Padre Pedro Inácio Ribeiro à nossa terra,  no dia 31 de dezembro de 1929, em frente ao chalé do Sr. Manuel leite, então prefeito da cidade.

Com o passar dos tempos a Prefeitura Municipal assumiu a responsabilidade pelo custeio das despesas tanto dos instrumentos como dos honorários  dos músicos.

A Banda de Música sempre esteve presente às  festividades cívicas, políticas, sociais e religiosas da nossa cidade.

A Festa do Padroeiro: Sagrado Coração de Jesus foi  sempre animada pela banda, desde a criação da mesma. Ela se fazia presente ao levantamento da bandeira. Durante todo o novenário ela tocava na alvorada, às 5 horas; ao meio dia, no horário de louvor e adoração;  a noite, na hora do ângelus; e durante a novena acompanhando as cantoras, ao lado de D. Rosa Roberto, a organista do “Serafim”, no coro da igreja.Tocava com muita pompa na missa de 9 horas no dia do Sagrado Coração de Jesus e pelas ruas da cidade no percurso da procissão solene de encerramento da Festa do Excelso Padroeiro.

Participava também da Festa de Santa Terezinha, no mês de outubro, anualmente.  A Paróquia  possuía alguns instrumentos musicais para seu uso, conforme se lê em registro do livro de tombo.

No decorrer do ano havia, após a missa de 9 horas, ao lado da matriz, a retreta  dominical, no coreto da praça 7 de setembro (Praça Velha). Ali os  brejo-santenses, especialmente  os jovens, saboreavam ao som da música, a beleza da natureza, embaixo  das frondosas árvores, como o pezão de Barriguda, os de Japão, os de  dedal de ouro e os   de ficcus italiano.

As festas  políticas  como  inauguração de obras com  a presença dos administradores  municipais e estaduais contavam com a animação da citada banda. Nos desfiles cívicos de 7 de setembro, 15 de novembro e de festas do município lá estava ela a abrilhanta- los.

Até os dias atuais  temos o prazer de ouvi-la tocando, além dos dobrados, músicas do Rei Roberto Carlos como Nossa Senhora,  nas procissões religiosas,  e os hinos do Brasil, do Ceará e de Brejo Santo.

Houve, porém um período em que os músicos deixaram de ser assistidos pela prefeitura a ponto da banda ficar inativa (paralisada). No entanto pessoas ligadas a Secretaria de Educação e Cultura do Município questionaram, e  foram apoiadas e fortalecidas por alguns filhos da terra, entres estes os estudantes universitários. E a partir daí os músicos passaram a ser incluídos na  folha de pagamento da  pasta da citada Secretaria.

Parabéns a Banda de Música Olívio Lopes  Angelim e obrigada pela  grande contribuição  cultural que tem dado à nossa terra.

Marineusa Santana

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