Publicamos aqui, um texto de autoria da escritora e poetisa Marineusa Santana, amante da cultura, que quando em vida escreveu sobre a Banda de Música as seguintes linhas.
A BANDA DE MÚSICA
Brejo Santo contava até 1917 apenas com a Banda Cabaçal de Felix da Goianinha. O brejo-santense Tiburtino Inácio da Silva Torres fundou neste ano a Banda de Música tendo como primeiro regente o maestro Neru, de Barbalha -CE. Suceram-lhe os maestros João Alberto, Francisco Pereira Lima (Baião), Olívio Lopes Angelim, João Cândido de Sousa, José Gomes Cavalcante, Leonardo Macêdo e Agnete sucessivamente até os dias atuais.
Tão logo foi fundada foram sendo descobertos alguns jovens talentosos na vila de Brejo dos santos.
Os músicos iniciaram tocando os dobrados da Banda do Corpo de Bombeiros e as melodias de Patape Silva, ouvidas no gramofone do Sr.Manuel Leite de Moura, único lojista que possuía em Brejo dos Santos discos vindos da tradicional Casa Edson, do Rio de Janeiro.
Todos os instrumentos foram adquiridos com recursos próprios do fundador, homem amante da cultura.
Entre os eventos mais importantes que a Banda de Música participou cito a acolhida do saudoso Padre Pedro Inácio Ribeiro à nossa terra, no dia 31 de dezembro de 1929, em frente ao chalé do Sr. Manuel leite, então prefeito da cidade.
Com o passar dos tempos a Prefeitura Municipal assumiu a responsabilidade pelo custeio das despesas tanto dos instrumentos como dos honorários dos músicos.
A Banda de Música sempre esteve presente às festividades cívicas, políticas, sociais e religiosas da nossa cidade.
A Festa do Padroeiro: Sagrado Coração de Jesus foi sempre animada pela banda, desde a criação da mesma. Ela se fazia presente ao levantamento da bandeira. Durante todo o novenário ela tocava na alvorada, às 5 horas; ao meio dia, no horário de louvor e adoração; a noite, na hora do ângelus; e durante a novena acompanhando as cantoras, ao lado de D. Rosa Roberto, a organista do “Serafim”, no coro da igreja.Tocava com muita pompa na missa de 9 horas no dia do Sagrado Coração de Jesus e pelas ruas da cidade no percurso da procissão solene de encerramento da Festa do Excelso Padroeiro.
Participava também da Festa de Santa Terezinha, no mês de outubro, anualmente. A Paróquia possuía alguns instrumentos musicais para seu uso, conforme se lê em registro do livro de tombo.
No decorrer do ano havia, após a missa de 9 horas, ao lado da matriz, a retreta dominical, no coreto da praça 7 de setembro (Praça Velha). Ali os brejo-santenses, especialmente os jovens, saboreavam ao som da música, a beleza da natureza, embaixo das frondosas árvores, como o pezão de Barriguda, os de Japão, os de dedal de ouro e os de ficcus italiano.
As festas políticas como inauguração de obras com a presença dos administradores municipais e estaduais contavam com a animação da citada banda. Nos desfiles cívicos de 7 de setembro, 15 de novembro e de festas do município lá estava ela a abrilhanta- los.
Até os dias atuais temos o prazer de ouvi-la tocando, além dos dobrados, músicas do Rei Roberto Carlos como Nossa Senhora, nas procissões religiosas, e os hinos do Brasil, do Ceará e de Brejo Santo.
Houve, porém um período em que os músicos deixaram de ser assistidos pela prefeitura a ponto da banda ficar inativa (paralisada). No entanto pessoas ligadas a Secretaria de Educação e Cultura do Município questionaram, e foram apoiadas e fortalecidas por alguns filhos da terra, entres estes os estudantes universitários. E a partir daí os músicos passaram a ser incluídos na folha de pagamento da pasta da citada Secretaria.
Parabéns a Banda de Música Olívio Lopes Angelim e obrigada pela grande contribuição cultural que tem dado à nossa terra.
Marineusa Santana
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